Rapadura eleitoral

Infelizmente, o horário político está de volta à TV e rádio. Apesar de cômico, torna-se triste ao mesmo tempo. Ter TV por assinatura é uma saída.
Neste ano os candidatos não podem espalhar faixas nojentas e pintar os muros da cidade. Isso é excelente, torna a campanha mais “corpo-a-corpo” e diminui a poluição visual.
Mas é claro que, por outro lado, eles sempre inventam alguma coisinha para encher o nosso saco. Aqui em Guaru-city a nova moda consiste em carros de som. Cada candidato produz o seu jingle e passa a infernizar os outros.

Alguns exemplos bizarros que passam por aqui...

RITMO: Novo e desconhecido
LETRA: Vote certo, no Fulano Neto/ 00.000/ Honestidade e experiência/ Ele aprendeu com seu avô...
DETALHE: O fulano em questão inovou no quesito poluição sonora e já usa seu jingle há várias campanhas. É o benchmark da categoria, vamos assim dizer...

RITMO: Água mineral (Carlinhos Brown)
LETRA: Vote, vote, vote, vote, vote no Fulano, vote no Fulano, vote no Fulano/ Vote no Fulano, ele é legal...
DETALHE: O fulano em questão tem uma lojinha de água mineral (eu sei porque ele é vizinho da minha manicure, tá!)

RITMO: Hino do Flamengo
LETRA: Uma vez fulano, sempre fulano/ Fulano de tal eu hei de ser/ Voto 00.000/ Outra vez, nós vamos eleger.
DETALHE: “...Outra vez nós vamos eleger.’ Descobri esses dias que o cara é aqui do bairro, mas eu nunca ouvi falar dele... Quer dizer que ele já era vereador e estava trabalhando? Ele deve ter feito um ponta em Caça-Fantasmas também!

E há tantos outros, mas que agora não me ocorrem. O fato é que, nem preciso dizer, essas musiquinhas grudam na nossa cabeça como chiclete, IN-SU-POR-TÁ-VEIS. Igual funk, você detesta, mas quando percebe já está cantando “Morro do dendê é ruim de invadí...”!