quinta-feira, agosto 14, 2008

Dia cheio de emoções...

Ontem de manhã fui à nutricionista. Toda vez que estou a um passo de subir na balança, me dá um gelo na barriga...
Cravei 67kg. Nas medidas, braços, pernas (coxa e panturrilha), quadril e até os seios continuam iguais, e isso é ótimo. Não posso engordar na parte de baixo de jeito nenhum, e muito menos ficar com aqueles brações horrorosos... Enfim... Em compensação, a barriga começou a subir e o Rafael já passa a tomar quase todo o espaço que pode. Também, pudera, ele dobrou de peso em 30 dias!!!

Trabalhei horrores no meio do dia porque eu tinha uma consulta com um novo obstetra no fim da tarde. Sim, novo obstetra. Meu médico de 12 anos disse que me cobraria “à parte” pelo parto. E só pediu uma bagatela de R$ 4000,00 – quase nada! É um fanfarrão! Fez isso como se eu não tivesse convênio e desconsiderando todos os anos de consultório que passei com ele... Meu chão se abriu! Peguei todos os meus exames e fui me consultar com esse outro médico, muito bem recomendado, muito bacana também, e que disse que não cobraria nada à parte. Ele está credenciado no hospital que quero fazer o parto e me deixou tranqüila. Claro que eu ainda estou experimentando uma sensação de estranhamento, mas eu vou superar. É como um divórcio, acho que essa é uma boa palavra pra definir... Me separei do homem que cuidou de mim por 12 anos... E agora tenho que seguir com a minha vida em um momento de relativa fragilidade.

Essa novidade me pegou. Mas pelo que pude investigar, a maioria esmagadora dos médicos NÃO COBRA À PARTE para fazer partos. Há muitas discussões sobre isso na Internet e eu até conheço duas pessoas que pagaram – R$ 500 para uma e R$ 1200 para a outra -, mas nenhuma delas pagou um valor tão astronômico quanto o meu ex-médico-marido pediu!

Acho que não é uma discussão que trata somente do dinheiro, mas de uma postura médica. Não estou indignada pelos R$ 4000 somente. Acho que, se ele se acha tão bom assim, que pare de atender convênios então. Cobre R$ 400,00 por consulta e faça uma clientela seleta. Sem convênios. Ele vai trabalhar menos. Só não sei se vai garantir as contas no fim do mês. Tempos atrás, um dentista conhecido da minha família passou a cobrar por fora um monte de coisas. Até o dia que foi denunciado e, consequentemente, descredenciado do convênio. A casa caiu pra ele. As contas fixas como água, luz, telefone, gasolina, consultório, compra de mês e etc ficaram comprometidas por ele ter perdido o ganho fixo mensal desse convênio. O cara quase pirou.

Não estou dizendo que um médico, que estudou por anos, fez residência, especializações e tem experiência tenha que ganhar um honorário de fome por um parto. Não é isso. Mas acho que se trata de uma luta de classe, uma postura, e que eu não tenho que pagar por isso. Se os médicos acham que ganham pouco dos convênios, que façam uma ação em massa, se descredenciem todos e forcem o convênio a pagar mais. Por que eles não fazem isso??? Algum motivo há, certo?

A rapadura ficou um pouco amarga, e ainda por cima continua dura...