Enquanto Estive Fora II

É muito complicado quando um acidente deste tipo acontece.

Na sexta-feira eu era uma trabalhadora estressada, que tinha acabado de entregar um job imenso e que estava indo à praia para relaxar.

Na segunda-feira seguinte eu era uma trabalhadora incapaz, e que ainda faria uma cirurgia no braço.

Eu não conseguia:
- Trabalhar;
- Escrever qualquer coisa (recado para marido, empregada, assinar cheques, etc);
- Escovar os dentes com a mão direita;
- Me alimentar com a mão direita, além de outros inconvenientes, como cortar um bife, por exemplo (você usa as duas mãos).
- Fazer minha higiene pessoal com a mão direita: número 1, número 2 ou tomar banho!
- Dirigir (você usa as duas mãos, mesmo no carro automático – aposto que vocês pensaram nisso!),
- Usar o fio dental (você usa as duas mãos);
- Abrir ou fechar a embalagem de qualquer coisa que seja (na maioria das vezes, você usa as duas mãos);
- Malhar na academia, fazer hidroginástica ou nadar,
- Fazer compras no supermercado, carregar caixa de leite, engradado de refrigerante, ir à feira ou coisa do gênero (nem empurrar o carrinho – em geral, eles já são tortos, e quando você fica maneta, é praticamente impossível guiá-los em linha reta);
- Tirar férias (que já estavam praticamente pagas).

Resumindo: na sexta-feira eu era a She-Ra e na segunda-feira após o acidente eu era um trapo. Aquela mulher que levantava todos os dias, ia à academia, dirigia para o escritório, trabalhava como tradutora, dirigia para o almoço, voltava o trabalho, levava o cachorro para tomar banho no pet shop, voltava para casa após passar no supermercado, e que pegava o elevador com: uma bolsa pessoal, uma bolsa para a academia, sacolas de supermercado e mais um cachorro debaixo do braço NÃO EXISTIA MAIS.

Era a superocupação x a desocupação total, em menos de 50 horas.

No próximo post vou contar a vocês o que eu fazia para passar o tempo!
; - )