terça-feira, novembro 10, 2009

A força de uma saia

Por que motivo uma garota pode ser expulsa da universidade? A resposta é clara: Use uma saia bem curtinha!

Fala sério, como uma saia pode ter assim tanto poder??? Aposto que, no Rio de Janeiro, a mulherada vai para faculdade de biquíni por baixo da roupa! E o tamanho da roupa? Bom, isso não importa, é Rio de Janeiro... Lá todo mundo anda quase pelado por causa do calor!

O que importa mesmo é a fraqueza de valores. Importa que a moça é uma pessoa. Julgar uma pessoa pelo que ela veste é muito feinho!
Agredir uma pessoa pelo que ela veste é muito feinho!
Feinho mesmo!

Poderia ser um homem, de short bem curtinho? Ou regatinha colada no corpo? Poderia ser? Ou o problema todo se resume ao fato de a moça ter curvas generosas? Se fosse um homem, com barriga “tanquinho” com uma regatinha bem coladinha, ele seria hostilizado, chamado de garoto de programa ou até mesmo de viado? Estou usando esse termo porque a moça também recebeu descrições por palavras nada doces.

E o que mais me choca nisso tudo não é a reação da multidão, pois eu espero tudo de pessoas... Mas a universidade, um local de troca de idéias, de discussão, de valores, de aceitação, de inclusão, foi a primeira a consentir, reforçar e complementar a violência contra uma pessoa.

Me lembrei de uma colega de faculdade, que também era toda exaltada em seus modelitos. Curtia saltos, saias curtinhas, decotes, brincões, fazia penteados, estava sempre emperequetada. À distância, o julgamento que ela recebia não era diferente do da moça Geisy. Mas a verdade é que conversar com ela era um grande barato. Ela só era diferente de mim, e de toda a maioria. Ela gostava de moda, e daí? Ela era vaidosa, e daí? Ela gostava de se montar... E daí? O que importa é o que ela pensava. A moça escrevia muito bem, por sinal. E, inclusive, namorou por um bom tempo um de nossos professores, um doutor em tecnologia, homem culto e de grande repertório. O que mostra que, ao quebrarmos as barreiras do nosso preconceito, podemos ver o que as pessoas realmente são, e não o que elas montam.

Fantasiar a respeito dos outros faz parte do ser humano. Mas julgar, condenar e agredir uma pessoa por ser diferente, isso sim é inaceitável.